sexta-feira, 30 de julho de 2010

A MULHER COM MAIS DE 40


Hoje, 30 de julho, completo 45 anos. Encontrei essa poesia, que fala das mulheres com mais de 40.

A MULHER COM MAIS DE 40 traz em si
uma maturidade toda especial,
de uma sutileza impar,
muitas vezes burilada com sacrificio pelo
atrito com as dificuldaddes da vida.
Ela não tem apenas o saber, tem também o
algo mais, o sentir!

SEU CORAÇÃO por muitas coisas, em muitas
ocasiões, bateu forte, abrindo sua alma
para tudo aquilo que ela deveria aprender
nesta vida e moldando esta mesma alma como
se molda o barro fresco assumindo
então uma forma especial e intima para
cada uma delas.
Todas são únicas neste aspecto, em sua forma
particular, mas tendo em comum a
característica de serem obra finamente
trabalhada e esculpida pela experiência.

ESTE SABER, ESTE SENTIR que a mulher de
mais de 40 possui, é tal qual farol que
serve tanto como ponto de referência, como
luz que ilumina claramente o que o destino
coloca a sua frente!
Assim ela apercebe-se de meandros e sutilezas
que em outra época passada de sua vida lhe
passariam despercebidos, detalhes estes que
muitas vezes revelam-se suma importância,
como se fossem uma espécie de antevisão do
por vir, que a vida generosamente põe a vista
daqueles que sabem interpretá-los.

A MULHER MAIS DE 40 também tem
aquele toque mágico de trazer em seu olhar,
destarte o que já viveu, a juventude em um
frescor renovado , espelhada também em seu
tom de voz, no seu andar, no seu
gesticular, no seu sorrir...
Ela já sabe que a juventude do espírito
é eterna, e que tudo o que ela aprendeu até
ali não invalida pelo contrário,
é justamente isto o que de
mais importante a vida lhe ensinou!

ASSIM , COMO ESTA PERFEITA FUNÇÃO
de juventude e experiência, a mulher de mais
de 40 segue tranquila a continuidade de seus anos,
apta a separar o joio do trigo, a relegar
ao seu devido lugar as coisas tristes,
a aproveitar o máximo cada gota de
felicidade a ter em seus lábios um sorriso
atestando tudo o que ela tem dentro de si
Enfim ,um raro tesouro a mulher com mais de
40 que bem sabem os sábios
apreciar e valorizar!

(Ricardo Mendonça de Souza)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A ARTE, A CRIAÇÃO E UM GUARDA ITALIANO


Carro emprestado, frio de trincar os dentes e mapa, tudo perfeito para roteiro italiano, indo por indicação a Firenze. Meu anfitrião Darcy Andreetto garantia que eu não poderia perder, que é meu estilo de lugar, com museus, galerias, arte pelas praças, enfim, aquela coisa toda que ouvimos falar, mas o nome da cidade não me dizia nada.

Dirigidas as muitas e muitas milhas, Milão, montanhas e Firenze e já no quarto do hotel, olhando aqueles folhetos que nunca se olha, limpo os olhos para ter certeza Firenze = Florença. Eu estava na terra do meu xará, o David (ou Davi). Alegria total, agora sim eu concordava com tudo que me diziam sobre a cidade. Os ambientes das praças e fachadas dos prédios nos mostram tudo sobre a preocupação dos governantes do local em embelezamento, ostentação e preservação da cultura. E alguns amantes da arte. As homenagens a escritores em bustos e estátuas percorrem um panorama tão vasto que só podemos admirar mantendo em mente os tantos séculos de criação que estão ali, a idade da cidade e todos os que contribuíram.

Nossa mente de país jovem e no caso da arte quase que recém nascido, primeiramente nos dá uma idéia de “ajuntamento” e que vai sendo vencida pelo encadeamento das histórias contadas pelas obras na praça central. São mitos, guerras e personagens que foram deixando espaço para o surgimento do outro, e os mecenas à seu tempo, pedindo o encadeamento do que estava sendo contado, e aqui e ali com algum personagem da família, com certo resguardo, pois um mortal, por mais quase imortal que fosse, ficaria ridículo ao lado de Hércules. E isto está cuidado em toda parte, não se embatem as figuras artísticas com o dono do poder da hora.

A harmonia de Florença/Firenze é que a arte só brigou para conseguir recursos para manter o artista vivo, e concedeu alguns retratos de família, mas o conjunto é um grande encontro, como bar gigante onde se assentam os seres mitológicos e outros personagens que escreveram e descreveram o mundo até uma época. Em Orlando a Mulher Imortal, de Virgínia Woolf, existe uma conversa entre o senhor do castelo e o poeta, onde o segundo diz que poderia escrever obras e revisar as obras do senhor, desde que com uma pensão paga trimestralmente, que soa em inglês bastante estranho. Acordado isto, o senhor passa às mãos do poeta algumas de suas criações, que são consideradas um lixo. O mordomo pergunta ao senhor: “- O demitimos?” E aqui vai um fundamento que o conjunto de Firenze/Florença me passou, que é esta resposta do senhor: “- Não, faz algum tempo que não escuto alguém me dizer a verdade, mantenha a pensão, mas deixe-o longe.”

A visualização da arte nas praças, naquele conjunto, é um conjunto de verdades sobre a importância dos símbolos artísticos, a estética e a separação do espírito na hora de criar. E a criação nos deixa de presente a história de que havia sobrado um pedregulho num canto da praça, de outros trabalhos realizados, tanto embaraçoso quanto caro para a municipalidade, e Michelangelo resolveu pedir aos vereadores da época aquele pedregulho, e ganhou. Dado seu tamanho, moveu pouco para que pudesse trabalhar, e daquela pedra, em que ele disse que apenas retirou o que não era o personagem saiu o David. Ficou na praça até que invasões fizessem os governantes retirá-lo para local mais seguro, e depois inundações e outros percalços tornaram-no um andarilho. Hoje está firme em um museu e uma réplica na praça. Mas ao olhá-lo ele parece que vai sair andando, a posição dos pés e a flexão dos músculos é de algo em movimento.

E entro no museu, filmadora em punho, olho e não vejo restrições a maquinas e até algumas raras pessoas portanto as suas, e vou filmando. Na frente do gigante de 4 metros de altura uma segurança me alerta, - Desliga que não pode. Daí desligo. E logo em seguida vem um guarda e diz: - Vai, vai pode filmar, só não pode usar flash, vai firme. E liguei e segui filmando, mas,... já mudando de posição e com a máquina muito menos exposta. Passados alguns minutos a segurança avisa de novo – Desliga. Desliguei. E vem o guarda: - Não desliga nada, ela não sabe nada, que problema tem uma filmagem, as pessoas vem de longe e não podem levar uma imagem? Vai, vai. Fui.

E daí que tenho um filme com vários ângulos do meu xará, que me pôs a pensar que Deus poderia ser tão bom escultor como Michelangelo, mas entendo que trabalhar com matéria viva é mais complicado. Das cenas de Mercúrio, de Zeus e os retratos dos da época pode-se ver que a arte estava na estrutura do lugar, e as salas com mapas mostram que era também tempo de descobrir o mundo novo, e com rápida olhada se vê que já não era tão novo lá naqueles tempos e daí um guarda, que não apenas guarda, mas cria em seu espaço limitado uma oportunidade de registro da arte, que é evitado não pelo dano, mas pela diminuição na venda de souvenires na saída. Em Florença/Firenze a arte era paga antes, mantendo o artista vivo e agora faz viver a cidade.

Autor: David Pokorski
David, obrigada por dividir conosco suas impressões de viagem.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Foco na vida!!!


Aprendi com um amigo,executivo e economista, a conjugar o verbo FOCAR. Procuramos ter objetivos para tudo que fazemos nessa vida, mas sem foco... difícil. Exemplo: Saio de um banco onde acabo de pegar a metade do meu décimo e pretendo depositá-lo em outro, onde tenho poupança(tente me entender, recebo num e tenho poupança em outro). Do outro lado da rua tem uma butique com um vitrine muito convidativa. O que faria uma pessoa com o objetivo de colocar o décimo na poupança, mas sem foco? Iria a butique e compraria algo que não gastaria todo o décimo, mas compraria. O que faz alguém que tem objetivo e foco? Dá uma olhada na vitrine(não sou de ferro) e vai para o banco e deposita o dinheiro. Ao sair de casa já havia planejado depositar e não gastar. Quando se tem foco, se pula os obstáculos, se é forte ante as tentações. É difícil? Claro que é, mas é muito bom fazer uma "baita" viagem e não se preocupar com nada, pois se tem dinheiro. Com "dindin" também se consegue pagar um bom plano de saúde, uma academia chiquérrima, com professoras atenciosas, nutricionista, sessões maravilhosas de massagem com uma massoterapeta de primeira, comprar alimentos "naturebas" em confiáveis lojas do ramo. O dinheiro pode não comprar felicidade, mas paga uma vida saudável e a qualidade de vida. Por isso tenha sonhos, objetivos, mas com FOCO. Oooolha...Quem se desvia do caminho o lobo mau pega.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Frio D+


Manhãs de inverno

Inverno destas manhãs tão opacas
Que parecem esfriar até minh’alma
Para levantar só se for com maca
Pra tomar banho tem que ter calma

Ir pra cozinha e tomar muito café
Sair de casa só com muita precisão
Ir à lotérica para se fazer uma fé
O dia todo dormir e ver televisão

Não sei porque, não gosto do frio
Prefiro o sol e o tempo bem estio
Pois parece que me dá mais alegria

Dias carrancudos com chuvisqueiro
Faz-me recordar o tempo inteiro
Do sol de janeiro, pois não chovia.

João Marino Delize/Maringá, 14.07.10

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A FILOSOFIA É O ABSTRATO INALCANÇÁVEL


Escrito por Ivandilson Miranda Silva

Num mundo em que se prioriza mais o TER do que o SER, nós seres humanos, temos limitações para alcançar as coisas abstratas e dificuldades para valorizar aquilo que a priori não tem valor.


É lógico que precisamos ter casa, ter emprego, ter dinheiro para fazer determinadas coisas, pois estamos num sistema capitalista (o mérito da questão não é um debate político-ideológico sobre modos de produção). Mas, é fundamental ser amigo, ser irmão, ser amoroso, ser crítico, ser cético, ser utópico, ser...


Às vezes, ou na maioria das vezes, só valorizamos as questões que envolvem uma reflexão sobre a nossa condição de SER quando perdemos alguém próximo, quando a relação amorosa não vai bem ou já acabou, quando somos demitidos, quando o TER está ameaçado. Aí refletimos sobre nossas emoções, sobre o que estamos gostando de fazer, sobre como estamos tratando as pessoas em casa e no trabalho, sobre como estamos vivendo de forma tão dura, fria, pragmática e automatizada


TER e não SER é estabelecer uma distância incomensurável com o abstrato, é não se predispor ao menos ao risco e a ousadia de cutucar o infinito. “Preciso aprender a ver o que não se vê, para me transformar no que o amor quiser.” canta o músico Jorge Vercilo na música Invisível.


Sócrates, um dos primeiros filósofos que reconheceu essa dinâmica, nos deu uma grande lição com o SEI QUE NADA SEI e o CONHECE-TE A TI MESMO.


Merleau Ponty, pensador contemporâneo afirmava que “filosofar é reaprender a ver o mundo.” Traduzindo em miúdos: precisamos perceber melhor a realidade, os dias passam e não são iguais e a necessidade de TER compromete a possibilidade de SER.


O Ter é absoluto, concreto, imediato, temporal. O Ser é processo, atemporal, histórico, infinito. A Filosofia é o abstrato inalcançável e como canta Vercilo em sua música paradigmática: “Eu quero ver o invisível, prever o que está no ar.


Eu preciso SER para TER e não TER para SER.